sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

LIGUE O RADINHO DE PILHA: ÍCONES DO BREGA NACIONAL SÓ NO ESPÍRITO DA MÚSICA


Pode atirar a primeira pedra se você nunca se viu cantarolando algum dos hits que o Espírito da Música apresenta neste domingo (5/1/14), a partir das 11 horas, nas ondas da Rádio Universitária (870AM). A edição #17 do projeto mais assombrador da programação radiofônica nacional traz Os ícones do brega nacional e revela porque as novas gerações têm revisitado o estilo, quando alçam seus representantes no roll dos nomes da música que merecem ser lembrados e ouvidos.

Recentemente o Brasil chorou ao perder o Rei do Brega: Reginaldo Rossi. No programa Espírito da Música o artista é lembrado, junto com outros tantos representantes do brega das mais diversas regiões do Brasil, uma amostra do estilo que representa, ao mesmo tempo, a alma boemia e apaixonada do povo brasileiro.  



O pernambucano, falecido no final de 2013, era apaixonado por Beatles e imitava Roberto Carlos. Nessa época, liderava a banda The Silver Jets e tinha orgulho de proclamar-se o primeiro cantor de rock do Nordeste. Mas no começo dos anos 70 afastou-se do rock e se concentrou nas melodias doces e letras melosas que o consagrariam nas próximas décadas, quando assumiu com gosto a alcunha que o coloca na seleção do Espírito da Música desta semana.


O capixaba Paulo Sérgio, que começou sua carreira aos seis anos, quando ganhou um concurso de calouros local, e sentiu o sabor do sucesso pela primeira vez, sendo disputado para animar as melhores festinhas da cidade de Alegre, interior do Espírito Santo, também aparece na Rádio Universitária.  O cantor, que no Rio de Janeiro o ganhou espaço na TV, em programas de auditório, faleceu em 1980, mas deixou o sucesso meloso A última canção marcado para sempre na memória da música nacional.


Não se pode falar de brega sem lembrar o goiano Odair José. Mesmo desprezado pela crítica, chegou, em certos momentos da década de 70, a vender mais discos que Roberto Carlos.  Hoje, artistas tidos como cult, como Zeca Baleiro reverenciam sua poesia, retirando do ostracismo midiático este que, ainda hoje, representa o brega com muito orgulho e propriedade.



Nascido no interior da Bahia, Waldick Soriano foi lavrador, engraxate e garimpeiro de ametista. O chapéu preto e os óculos escuros, marca registrada do cantor, são influências do cinema faroeste, especialmente do personagem Durango Kid. Em 2006, Waldick descobriu um câncer na próstata e faleceu poucos meses depois. Eu não sou cachorro não, é sem dúvidas seu hit mais lembrado e tocado até hoje, mas no Espírito da Música o ouvinte acompanha outros de seus grandes sucessos.



Eustáquio Gomes de Farias e Eduardo Gomes de Farias, mais conhecidos como Dom e Ravel, não são muito conhecidos do grande público. Iniciaram sua produção em vinil em 1969, com o com Terra Boa, que trazia a faixa Você Também é Responsável, adotada pelo Ministério da Educação como hino do Movimento Brasileiro de Alfabetização, o Mobral. Pouco tempo depois a dupla atingiu o sucesso de massa com a canção Eu Te Amo Meu Brasil, que lhes rendeu a fama de bajuladores da ditadura militar, mas em 1973, gravaram Animais Irracionais, cuja letra fala genericamente sobre injustiças sociais, o que desagradou aos militares, sendo o disco e a música banidos das rádios. Em meados dos anos 70, a dupla se separou e ambos seguiram carreira solo.  Para àqueles que nunca ouviram  falar, em primeira mão também serão lembrados pelo programa desta semana.


A fama nacional é de cantor cafona, mas fora do Brasil, Benito di Paula cultiva fãs ilustres, como o citarista indiano Ravi Shankar, a cantora Sarah Vaughan e o soul man Stevie Wonder. Tem mais de 35 discos gravados, com sucesso em mercados tão distintos quanto México, Japão, Estados Unidos e, principalmente, América Latina. Sua figuração entre os ícones do brega da edição #17 do Espírito da Música não ofusca o fato de um de seus maiores sucessos, Retalhos de Cetim, ter ganhado releituras da orquestra de Paul Mauriat e do guitarrista americano Charlie Byrd, além da versão de Jair Rodrigues.



Os mineiros Wando, o rei das calcinhas, em livre denominação, e Agnaldo Timóteo não poderiam faltar na seleção dos ícones do brega nacional, a pedida deste domingo no Espírito da Música.  Timóteo, depois de trabalhar como motorista da cantora Ângela Maria, foi ganhando fama em todo o Brasil. Entrou para a política partidária e foi eleito deputado federal com a maior votação da história do Rio de Janeiro (1982). Desde então, divide-se entre a música e a política.



O “latin lover” Sidney Magal começou cedo, com incentivo da família, cheia de artistas. Estreou na TV, em programas infantis, mas logo passou a cantar em bares e boates, onde seu carisma, incorporado a elementos da música cigana e da disco music, garantia o sucesso dos shows. No início dos anos 90 surfou a onda da explosão da lambada e eternizou-se como um dos maiores ícones da época, emplacando o hit Me Chama que eu Vou como tema da novela global. Em 1995, aventurou-se pelo jazz e bossa nova, no disco Sidnet Magal & Big Band, mas diante da reação negativa de crítica e público, voltou a regravar seus antigos sucessos e, de vez em quando, figura como ator em novelas da maior rede de televisão brasileira, e agora nas ondas do Espírito da Música.



Mais um mineiro aparece na seleção do Espírito da Música.  Fernando Mendes, quando foi viver no Rio de Janeiro, cantou na Boate Plaza, onde conheceu executivos das gravadoras Copacabana e Odeon e assinou contrato para seu primeiro disco, um compacto simples que continha o sucesso A Desconhecida. Transformado em ídolo popular, lançou seu segundo álbum no final de 1974, com grande vendagem, mas o auge viria no ano seguinte, com a faixa Cadeira de Rodas, que lhe renderia o disco de ouro. Depois de anos de ostracismo, o cantor voltou à berlinda em 2007, com a regravação de Caetano Veloso para Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, faixa da trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro.

Evaldo Braga, em 31 de janeiro de 73, viajava pela Via Dutra para participar do programa do Chacrinha, mas não conseguiu chegar. Seu carro bateu numa carreta e o cantor morreu na hora, com apenas 27 anos. Segundo uma versão dos fatos, a mãe, prostituta, o teria abandonado numa lata de lixo logo após seu nascimento, o que, mais tarde, inspiraria o artista a compor o hit Eu Não Sou Lixo, que o ouvinte acompanha na edição deste domingo do programa Espírito da Música.


Antes de apadrinhar Evaldo Braga no showbiz do brega nacional, Nilton César vivia no triângulo mineiro, mas aos 17 anos trocou a pequena cidade de Ituiutaba pela capital carioca, de onde pretendia voltar formado para administrar os negócios da família. Mas a vida no Rio de Janeiro fez o cantor mudar de ideia e, no começo dos anos 60, sua paixão pela música o levou a São Paulo, onde inaugurou uma discografia de mais de 30 discos.


Dominada pelos homens, a música brega teve poucas representantes do sexo feminino. Curiosamente, duas das cantoras de maior sucesso foram casadas com dois astros do gênero, e a história de um dos casais parece uma balada trágica composta com capricho. No dia 30 de março de 1981, a cantora Eliane de Grammont se apresentava numa casa noturna em São Paulo, quando foi atingida por vários tiros vindos da plateia e morreu na hora. O autor dos disparos, foi o ex-marido da cantora e ídolo popular Lindomar Castilho. Eles estavam separados há quase um ano, e o casamento, tumultuado pelo ciúme, havia sido a inspiração para um de seus maiores sucessos, Amélia de Você, em que a cantora narra, em tom dramático, uma relação cheia de sofrimento.



No final dos anos 60 Diana era da turma da jovem guarda, fez sucesso popular logo nos primeiros singles e pouco tempo depois passou a ser produzida por Raul Seixas, que compunha para a cantora e chegou a cogitá-la para seu clássico disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 – mas no fim a escolhida seria Miriam Batucada. Foi casada com Odair José e em 1978 gravou Vida que Não Para, de autoria do cantor goiano, numa versão anabolizada pela disco-music que dominava o pop mundial da época.



Paulo Diniz nasceu no interior de Pernambuco, na cidade de Pesqueira, mas logo foi para o Recife tentar a vida como cantor. Dividindo-se entre Pernambuco e Ceará, também foi locutor de rádio e ator de televisão. Em 1964 foi para o Rio de Janeiro e 3 anos depois lançou seu primeiro disco, com o hit O Chorão. Em 1970 lançou, com grande sucesso, a canção de protesto Quero Voltar Pra Bahia, que homenageava Caetano Veloso, exilado em Londres. A partir da segunda metade da década de 80 Diniz teve sérios problemas de saúde que quase o deixaram paralítico, e ficou afastado do showbiz  até 1996. Voltou aos palcos no ano seguinte, mas em 2005 a doença atacou novamente e condenou o cantor a uma cadeira de rodas. Atualmente Paulo Diniz ainda mora no Recife e segue fazendo shows por todo o Brasil.


O Espírito da Música viajou no tempo, invadiu a área de serviço e aumentou o volume do radinho de pilha para dançar ao som de algumas das pepitas do brega nacional. E se faltaram nomes como Bartô Galeno, Altemar Dutra e Nelson Ned, é porque essa turma é bem maior, e mais talentosa, do que muita gente poderia supor. Mas isso é papo pra outra hora. Liga o radinho de pilha, afasta a mesa da cozinha e dança com a vassoura ao som daqueles cantores populares que se tornaram os ícones do brega nacional.

FICHA TÉCNICA:
Andréia Miklos
Cristiane Perné
Hígor Coutinho
Janaína Gomes
Julianna Santos
Luiz Fernando Clímaco
Sérgio Valério

Ouça edições passadas no SOUNDCLOUD ESPÍRITO DA MÚSICA


Ouça ao vivo na RÁDIO UNIVERSITÁRIA 

SERVIÇO:
Espírito da Música - Rádio Universitária 870 AM
Edição #17 – Os ícones do brega nacional
Programa Inédito: Domingo (5/1/14) - 11h
Horários Alternativos: Segunda: 14h //  Sábado: 19h
Patrocínio: Navesa, através da Lei Goyazes
Apoio: Rádio Universitária – 870 AM
Realização: Fora da Lei

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